A Revista K foi fundada e dirigida por Miguel Esteves Cardoso que também escrevia nela com um sentido de humor genial e invulgar e escritores e jornalistas como Vasco Pulido Valente, Carlos Quevedo, Rui Zink, Hermínio Monteiro (editor da Assírio & Alvim que morreu recentemente), Nuno Rogeiro, Constança Cunha e Sá, Pedro Rolo Duarte, Agustina Bessa-Luís, Paulo Portas (criador também ao lado de MEC d' O Independente), a mãe do Paulo Portas (Helena Sacadura Cabral), Rui Vieira Nery e outros, colaboravam com artigos absolutamente inovadores (ficaram-me sempre na memória inesquecível as "Conversas de ir ao bip", "A carne, diário da decomposição", um artigo sobre os hotéis sado-masoquistas em Portugal e um outro sobre as drogas, fugiram-me os títulos destes dois últimos, o resto não) absolutamente irreverentes para o panorama da imprenssa na altura (Anos 90 eu tinha para aí 18 anos e 18 anos naquela autura equivalem hoje a ter uns 11,12 anos) e mesmo nos dias de hoje uma vez que não houve outra igual e será difícil voltar a haver nas bancas uma revista de rara qualidade como aquela, cada página era de um grafismo surpreendentemente original, até a qualidade do papel era muito boa, era uma revista insoburdinada, arrojada, indecorosa às vezes, impossível, ou voltar a haver um fundador como Miguel Esteves Cardoso capaz de juntar tanta gente desta casta numa só invenção. Era uma revista culta, de culto, para gente culta.
A revista durou apenas três (coleccionáveis) anos.